Bactérias na ponta de uma agulha, um piolho escondido nos cabelos ou um ácaro sobre a cabeça de uma formiga são exemplos do mundo microscópico que, a partir de agora, poderão ser conferidos em três dimensões. Trata-se de um projeto espanhol apresentado nesta quinta-feira em Madri.
Os pesquisadores criaram as imagens em 3D a partir de observações realizadas em microscópio. Com elas, é possível ver detalhes que através do antigo aparelho não seria possível.,
Júpiter engoliu uma "super-Terra", aponta estudo
Júpiter deve ter assegurado sua posição como o maior planeta do Sistema Solar ao matar um rival, indicam novas simulações. O trabalho pode explicar por que o planeta tem um núcleo relativamente pequeno.
Também mostra-se assim uma imagem repugnante do antigo Sistema Solar, onde "super-Terras" rochosas e massivas eram absorvidas antes que pudessem crescer e se tornar gigantes gasosos.
Acredita-se que Júpiter e Saturno começaram como mundos rochosos com a massa de ao menos algumas Terras. Sua gravidade então extraiu gás de sua nebulosa de nascimento, dando a eles densas atmosferas.
Neste cenário, todos os gigantes gasosos deveriam ter núcleos com aproximadamente o mesmo tamanho.
Mas medições realizadas a partir de espaçonaves sugerem que o núcleo de Júpiter tem o equivalente a apenas entre duas e dez Terras, enquanto Saturno possui entre 15 e 30.
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Divulgação |
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Júpiter, gigante gasoso e maior planeta do Sistema Solar, que deve ter engolido "super-Terra" |
BATIDA
Mas novas simulações de Shu Lin Li, da Universidade de Pequim, China, e colegas, podem explicar a razão desta discrepância. Eles calcularam o que aconteceria quando uma super-Terra com dez vezes a massa de nosso planeta batesse em um gigante gasoso.
O corpo rochoso se amassaria como uma panqueca quando atingisse a atmosfera do gigante, e então atingiria o núcleo dele meia hora mais tarde. A energia da colisão poderia vaporizar boa parte do núcleo no processo.
Estes elementos pesados vaporizados teriam então se misturado com o hidrogênio e o hélio da atmosfera do gigante gasoso, deixando apenas uma fração do núcleo original.
Isto poderia explicar não só por que o núcleo de Júpiter é tão pequeno, mas também por que sua atmosfera é mais rica em elementos pesados quando comparado com o Sol, cuja composição parece ser espelho da nebulosa que deu origem aos planetas do Sistema Solar.
Chuva de meteoros Perseidas na quinta-feira será espetacular, diz Nasa
A passagem da Terra por uma zona repleta de detritos deixados por um cometa oferecerá a observadores um verdadeiro espetáculo no céu nesta quinta-feira, disse a agência espacial americana, Nasa.
No hemisfério norte, o show tem seu auge entre as 22h de quinta e a madrugada do dia 13, quando a frequência de meteoros poderá alcançar dezenas por hora.
Nasa/BBC Brasil |
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Observadores poderão ver dezenas de meteoros por hora em período de maior atividade principalmente no hemisfério norte |
No Brasil, tomando-se como referência a cidade do Rio de Janeiro, o melhor horário para se assistir ao show no céu será entre a 0h30 e as 2h30 da madrugada do dia 13, disse à BBC Brasil a astrônoma Olivia Johnson, do Royal Observatory de Greenwich, em Londres, Inglaterra.
Johnson explicou, no entanto, que neste ano o show estará mais bonito no hemisfério norte, onde o clímax do espetáculo acontece no período em que a noite está mais escura.
A chuva de meteoros Perseidas (assim chamados porque os meteoros vêm da direção da constelação de Perseus) é causada por detritos deixados pelo cometa Swift-Tuttle.
MAIS DE UM SÉCULO
A cada 133 anos, o enorme cometa cruza o Sistema Solar e deixa para trás um rastro de poeira e detritos. Quando a Terra passa pela região, os fragmentos se chocam com a atmosfera a 140.000 mph (aproximadamente 225.000 quilômetros por hora) e se desintegram em explosões de luz. A zona de detritos deixada pelo cometa é tão larga que a Terra passa semanas dentro dela.
Observadores já estão avistando Perseidas ocasionais há alguns dias. Segundo a Nasa, essa "garoa" de meteoros pode virar um verdadeiro temporal entre os dias 11 e 13 de agosto, quando a Terra passa pela zona de maior concentração de detritos.
O espetáculo anual de meteoros Perseidas estará particularmente bonito em 2010 porque a Lua, em fase crescente, não vai estar muito visível no período de maior atividade.
O brilho lunar pode apagar uma boa chuva de meteoros, mas a equipe da Nasa diz que não será o caso dessa vez.
O melhor período para observação são as horas mais escuras da noite, quando a maioria dos observadores no hemisfério norte poderá ver dezenas de Perseidas por hora.
Para ver melhor, é bom evitar as luzes da cidade, sugere a Nasa. A escuridão do campo, por exemplo, aumenta entre três e dez vezes o número de meteoros que podem ser avistados.
Ferramentas de pedra eram usadas quase 1 mi de anos antes que se pensava
Os ancestrais do homem moderno começaram a utilizar ferramentas de pedra para consumir a carne ou a medula óssea de grandes mamíferos há aproximadamente 3,4 milhões de anos, ou seja, 800.000 anos antes do que se acreditava até agora, segundo estudo publicado nesta quarta-feira (11).
A famosa australopithecus Lucy, cujos restos foram encontrados na Etiópia em 1974, pode ter utilizado ferramentas de pedra, segundo a equipe internacional de paleontólogos dirigido por Zeresenay Alemseged, da Academia de Ciências da Califórnia.
Dirk Van Tuerenhout/AP |
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O fóssil de Australopithecus afarensis "Lucy", de 3,2 milhões de anos, que provavelmente usava ferramentas de pedra |
"Agora, quando imaginamos Lucy buscando comida na África do Leste, a vemos com um utensílio de pedra na mão, em busca de carne", afirma Shannon McPherron, em um comunicado do Instituto de Antrolopogia Evolutiva Max Planck da Alemanha.
Dois ossos fossilizados foram encontrados na Etiópia, um fêmur de um mamífero do tamanho de uma cabra e uma costela de um animal grande como uma vaca, com marcas de golpes, talhos e cortes, indicando a utilização de ferramentas de pedra para extrair a carne ou a medula óssea.
Os fósseis encontrados em Dikika, no nordeste da Etiópia, datam de 3,39 milhões de anos, segundo as análises, antecipando em 800.000 anos um momento chave da evolução do homem.
REGRAS DO JOGO
"Esta descoberta avança consideravelmente o momento a partir do qual nossos ancestrais mudaram completamente as regras do jogo", declarou Alemseged no comunicado.
"A utilização de utensílios modificou enormemente sua interação com a natureza, permitindo a eles comer novos tipos de comida e explorar outros territórios", acrescentou, acrescentando que será preciso revisar nossos conhecimentos sobre a evolução humana.
"Isso quer dizer que os Australopithecus Afarensis como Lucy ou a bebê Selam utilizavam utensílios de pedra".
Selam, uma australopithecus morta aos três anos de idade, teria vivido há 3,3 milhões de anos, 200.000 anos antes de Lucy.
Até agora, as provas mais antigas da utilização de utensílios de pedra ou de animais provenientes de Buri ou Gona, na Etiópia, remontavam a 2,5 ou 2,6 milhões de anos, recordam os autores deste estudo, publicado na revista "Nature".
Mas os pesquisadores ainda não foram capazes de estabelecer se os utensílios eram fabricados.
"Um de nossos objetivos é voltar onde encontramos os fósseis e tentar achar os utensílios", afirmou McPherron.
Os pesquisadores sugerem que só o fato de utilizar tais utensílios mostra que nossos ancestrais competiam com outros carnívoros pela comida, e que isso pode ter iniciado o trabalho em equipe dos humanos.